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sábado, 2 de agosto de 2014

Nós chamamos de felicidade.

Sempre achei engraçado e meio embaraçoso essa curiosidade que algumas pessoas – a maioria delas, penso eu – nutrem sobre as decisões alheias. Como se coubesse a elas avaliar a (in) coerência daquilo que as pessoas fazem das próprias vidas.

Por isso mesmo – felizmente ou infelizmente, confesso que não sei – me vejo, constantemente, tendo que explicar a quem me questiona sobre a minha decisão de me lançar em um relacionamento sério ainda com pouca idade. “Mas você é tão novo pra casar; Você não se arrependeu? E filhos, você vai ter novo também?; Porque não casou no papel? Se vocês moram na mesma casa, porque você ainda diz ‘namorada’?” A toda pergunta respondo – sempre a depender do meu humor – simplesmente que estou feliz, e que quanto ao resto, me importa menos.

Todo esse espanto em torno da minha decisão de morar com alguém pode ser explicado pela imagem retrógrada que ainda se tem dos relacionamentos sérios: a mulher que se anula, o sexo escasso, a liberdade abdicada e a vida adulta e responsávelmente se impõe. Enfim: o casamento.

Até perdoo esse tipo de engano por parte da minha avó, coitada, que se casou com catorze anos e passou a viver entre mamadeiras e choros agudos, conformando-se com a triste condição de ser mulher e, mais triste ainda, de ser mulher casada. “Ruim com ele, pior com ele.”
Mas qualquer pessoa nascida a partir da década de oitenta é capaz de saber o quanto os relacionamentos modernos mudaram pra melhor. O quanto ~casar~ , nos tempos de hoje, significa algo bem diferente do que significava há duas décadas, por exemplo.
Pra início de conversa, “casar” pode não significar ter uma mulher – só depende do jeito como queiramos chamar. Pode significar ter uma companheira, uma amiga com quem a gente se pega de vez em sempre, uma peguete que sabe ser amiga também – enfim, o nome que damos é o que menos importa , na verdade.

A verdade é que o casamento – antes sinônimo de tédio e aprisionamento – é, hoje, só mais uma das tantas formas de ser feliz. Ao menos pra mim, a melhor delas. Por que a mulher moderna – que é fiel a si mesma e à sua liberdade – “casa” e continua se vestindo como quer, indo onde quer e vivendo à própria maneira. A mulher moderna “casa” sem saber nem fritar um ovo – porque o ~casamento~ , nos tempos modernos, não pressupõe uma vida de dedicação integral aos cuidados com o outro. E que bom por isso.

Casamos e continuamos fiéis aos nossos empregos, aos nossos hobbys e aos nossos amigos. Em vez de subtrairmos coisas de nossas vidas para que nelas possa caber uma mulher, buscamos uma mulher que caiba em nossas vidas lotadas de outras coisas.
Deixamos de fazer questão de ser chamados do esposos, ou noivos, ou namorados – ou qualquer outro nome pomposo que possa existir – e nos contentamos em ser importantes na vida daquela que é importante pra nós. Compreendemos que pouco importam os rótulos que insistem em atribuir aos relacionamentos: o importante é se dar o direito de uma felicidade real, onde a preocupação com aparências é secundária, para não dizer inexistente.
Namorada, marida, noiva, companheira – podem chamar como quiserem. Nós chamamos de felicidade.

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